quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Freudiana II

Segurar uma mãe na unha!
Ou nos fios da telefônica
       - que filtram sua voz no vazio.

Prender a mãe,
escalar suas pernas,
premir seu seio macio.

Comer do corpo da mãe,
lamber seu regaço.

Devorar a mãe na ausência
nos fios de seus cabelos,
no perfume que colore o ar.

Devorar a carne da mãe sanando,
com mãos urgentes,
a fome de todos os tempos.

O desamparo de todos os filhos

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